terça-feira, setembro 18, 2012

Aquela gaveta bagunçada...

 

Existe uma grande semelhança entre a minha vida e minha gaveta de roupas, posso encarar as roupas velhas como pessoas que já devia ter descartado da memória e blusas que uso constantemente como as características que fazem de mim a garota invisível.

E quando alguém chega despretensiosamente tentando achar algo superficial, algo de fácil acesso, aquela blusa que você usa mais vezes... encontrará numa facilidade tremenda, pois aparentemente ela está organizada e com tudo sobre controle, agora tente ver por baixo dessas roupas superficiais, está tudo bagunçado, milhões de roupas amontoadas que devia ter entregado para doação ou simplesmente jogado fora porque não prestam mais, estão cheias de roupas (pessoas) assim.

Digo que já tentei jogar muitas fora, quando me pego fazendo aquela reciclagem, tentando organizar tudo que se encontra dentro da gaveta. Mas infelizmente eu tenho a “síndrome do esquilo”, ou seja, uma dificuldade tremenda em descartar certas coisas. Mesmo que só fiquem ali para fazer peso ou ocupar espaço.

Mas um dia, todo ano sempre chega esse dia, em que já não agüento mais ficar tentando arrumar espaço na gaveta, tentando deixar ali aquelas roupas inúteis e finalmente descarto. E vou te dizer que não é fácil, sinto uma tremenda dor no coração por estar descartando algo que sempre esteve ali, mesmo que só fazendo espaço, mas estava ali. Não consigo descartar todas, mas algumas se vão, pois é necessário para que roupas novas possam ter espaço nessa humilde gaveta.

sábado, setembro 15, 2012

“Mas tá de boa”


Não existe numero real que demonstre a quantidade exata de vezes que usei esse “mas ta de boa”. Uso como uma maneira despretensiosa de dizer que entendi algo que me disseram, mas que na verdade não me agradou. Como aquela vez que me disseram inúmeros elogios seguido de uma “mas”, ou seja sabia que ia tomar um pé na bunda e esse mas veio seguido de “mas não estou pronto para um relacionamento sério” , e depois de toda sua explicação do porque não estar pronto, respondi o clássico “mas tá de boa”.

O “mas tá de boa” sempre vem com o orgulho ferido, só digo isso para não demonstrar para você que posso me abalar com essas coisas que você me diz, não irei dar esse gostinho de posse sobre meus sentimentos.

 Mas quer saber a verdade, ele nunca quer dizer que está de boa... ele é como aquele choro contido, misturado com raiva, com pitadas de sarcasmo e vontade de dizer algumas “verdades”, tudo resumido numa simples frase. Que quando dita economiza muita lagrima, xingamentos e ressaca moral no dia seguinte. E enquanto as coisas não se acertam vou seguindo em frente, olhando pra vida e dizendo:

Ainda não está dando certo “mas tá de boa”.

O tal do carpe diem...


Já reparou o tanto de gente que adora dizer isso, tatuar e até mesmo você, já se pegou naquele momento lendo textos “auto-ajuda” falando de viver o momento e toda aquela coisa bonitinha que não acontece no mundo de verdade. Agora fica a pergunta, quantos de vocês realmente conseguem viver o momento?

Praticamente ninguém, não dá pra viver o momento sempre. Todos somos condicionados a esperar mais, criar expectativas, imagina como vai ser no dia seguinte. Lembre-se da última pessoa que você saiu, agora me diz se você não ficou ansiosa imaginando se no outro dia ele ia ligar ou mandar uma reles mensagem para demonstrar que também se importa?

Seria muito mais prático curtir o momento em que estão só os dois e depois se tivessem de se ver seria espontâneo e surpreendente, já que não teria sido imaginado de mil e uma formas diferentes. O que estraga as memórias mais belas que podíamos ter são as malditas das expectativas, mas quando um dia finalmente conseguir aproveitar o momento vai ver como é bom esse tal de carpe diem, vai olhar pra trás e rir sozinha ficando feliz somente com o que aconteceu, não se culpando por não ter tido continuidade.

terça-feira, setembro 04, 2012

Destilando Veneno


Lembra de todas as vezes que você se decepcionou e guardou tudo para você, de todas as vezes que chorou a noite, de todas as vezes que sentia aquele quentinho no coração e o frio na barriga ao mesmo tempo, de sentir o coração apertar e não conseguir controlar?

Todas essas decepções foram te tornando um pouco mais contido, sentindo raiva de quem te fez sofrer (e não venha mentir falando que não sente). Mas essa raiva, muitas vezes ódio interno me faz lembrar da frase do Shakespeare "a vingança é como tomar veneno e querer que o outro morra", quando você passa por inúmeras decepções esse veneno começa a ficar dentro de você e não te faz bem. É preciso colocar pra fora tudo isso que incomoda, não guardar somente para você, não se pode deixar o veneno fazer efeito no próprio corpo, temos que aprender ficar imunes à isso. 

Mas destilar todo esse veneno não é colocar frase de mal amada no facebook, é ir diretamente na pessoa e falar o que realmente incomoda, usar todos seus argumentos, pois só assim você se sentirá de alma lavada. Falando direto, sem rodeios ou ironias. Também não é a intenção fazer isso só para "pagar" de gostosa bem "resolvida" é realmente para esclarecer, colocar os pingos nos is. Porque somente quando você ouvir da boca dele, tudo o que seus amigos sempre te aconselharam você vai parar de mimimi e seguir em frente.

Todos dizem que preferem a mais amarga verdade do que o mais doce mentira, mas a realidade é que todos fogem disso. Muitas vezes adiamos ou nem tentamos esclarecer os fatos, ficamos com aquele gosto amargo na boca, somente por medo de ouvir o que você sempre soube e negava internamente, aumentando ainda mais o efeito nocivo deste veneno que somente você é capaz de produzir. 

Guardar histórias mal resolvidas, lembranças inacabadas, palavras não ditas... dói e dói muito, porque um dia elas voltam para te atormentar, toda a vez que você se decepcionar com alguém todas as outras frustrações e palavras não ditas voltam na sua cabeça, por isso agora tente destilar esse veneno, devolvê-lo a quem ajudou que ele fosse produzido, nada mais libertador do que dizer sem baixarias o quanto você se incomodou com algo e dizer tudo o que não foi dito, com todos os pingos nos "is" e pontos finais, sem reticências por favor.

tamanho único



Esses dias me peguei lendo aqueles textos que adoram descrever que tipo de garota única você é, com todas aquelas características “sou meiga, posso ser sarcástica, falo palavrão, mas adoro um carinho, essa minha imagem de garota bem resolvida é só para evitar sofrimento blá blá blá”. É incrível como várias características de vários textos (que eu não vou copiar e colar no blog, porque com certeza você já leu no mínimo uns 7 por ai) se encaixam perfeitamente na minha vida, parece que colocaram uma lupa em mim e escreveram olhando todas as minhas ações. Me senti única, assim como as 785 outras garotas que curtiram isso.

Nesse momento caí na real, que tudo aquilo que sempre me orgulhei de ser, todas as minhas características que considerava diferente, única e inteligente são exatamente iguais a milhares de outras por ai. Tem muito mais garotas invisíveis do que imaginei, outras tantas com as mesmas convicções e frustrações. Em corpos diferentes, alguns mais bonitos e outros nem tanto. Mas vi que no fundo tudo o que passei a adolescência inteira acreditando não passa de uma grande mentira.

Ouvi uma vez em um filme “Pare de achar que você é uma exceção, você não é a exceção; você é a regra”, e essa minha atitude de achar que era muito diferente de todas as outras não passava de uma idéia pré-adolescente idiota de achar que era a exceção. Vivi tanto tempo no meu mundinho fechado, me achando única e exclusiva, só não admitia isso, porque sinceramente acho horrível quem é muito “pretensioso (a)”. Mas no fundo sempre fui igual a todo mundo, só me dei mal mais vezes que algumas garotas invisíveis que também existiram.

E cheguei a um ponto que acredito que também não preciso provar nada para ninguém, nem para alguém que esteja interessada, o quanto eu posso ser diferente e especial (assim como todas as outras), porque não vai ser o que eu falar que vai mudar o que alguém pensa, vai depender de como a pessoa me vê.

Então estou seguindo meu caminho, encontrando tantas outras pessoas com os mesmo problemas sem solução e me sentindo menos pior por isso, deixando escondido muitas das minhas convicções, porque não há necessidade de falar sendo que existem tantas por ai que falam aos 4 ventos com desconhecidos às mesmas frustrações, se quiser saber o que eu penso me pergunte, porque cheguei ao ponto que me basta ser única somente para alguém e não aos olhos do mundo.

segunda-feira, setembro 03, 2012




Bem, você disse que ainda seríamos amigos
Mas eu admito que eu estava feliz que tudo tinha acabado
(...)
Mas você não precisava me cortar
Fingir como se nada tivesse acontecido e que não éramos nada
E eu nem sequer preciso do seu amor
(...)
Agora você é apenas alguém que eu conheci

Somebody that I used Know - Gotye